Lagarta ou borboleta? Caminho difícil, estrada sem fim

Em artigo para a Rádio Caçula, comento sobre a geração Z com os desafios e fragilidades de seu tempo. Uso a metáfora da borboleta como analogia para explicar alguns dos processos pelos quais a geração atual passa, trazendo uma lição sobre como é possível evoluir a partir dos obstáculos que enfrentamos na vida. Leia:

 

Niton Serson,  advogado com cursos de especialização em negociação e mercado de capitais em Harvard, e ex-professor da USP E MACKENZIE em Direito Comercial e Societário fala sobre as fragilidades e desafios da nova geração.

A vida não é fácil, mas não há nada que você não possa fazer se colocar a mente para isso. Sempre há um caminho a percorrer, mesmo quando parece que a estrada é sem fim. Se você focar no seu objetivo e acreditar que pode alcançá-lo, logo verá que existe uma saída. Encontre força dentro de você e lute para alcançar o que deseja.

A nova geração de jovens é considerada muito mais frágil do que as gerações anteriores por diversos motivos. Um dos principais é a quantidade e a intensidade das informações com as quais se deparam diariamente. Eles têm acesso a um grande volume de informação, muitas vezes controversas, e isso pode ser muito difícil de processar e entender. Além disso, as pressões sociais são muito mais intensas e, às vezes, conflitantes. Eles vivem em um mundo onde as redes sociais são uma parte fundamental da comunicação e da vida cotidiana, o que implica em pressões para se encaixar em um determinado estilo ou padrão. Por fim, a velocidade a que as coisas acontecem e mudam também tem um impacto na fragilidade.

A metáfora da lagarta, que após um processo de metamorfose se torna borboleta, exemplifica bem este tema. É difícil conceber que a fragilidade de uma lagarta e de sua total dependência do meio ambiente, em algum tempo, se transforma em uma borboleta, que além de bela tem o propósito de polinizar as flores e espalhar vida pela natureza.

A Parábola da Borboleta, narra que um dia, uma pequena abertura apareceu num casulo; um homem sentou e observou a borboleta por várias horas, conforme ela se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco. Então pareceu que ela havia parado de fazer qualquer progresso. Parecia que ela tinha ido o mais longe que podia, e não conseguia ir mais. Então o homem decidiu ajudar a borboleta: ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. A borboleta então saiu facilmente.

Mas seu corpo estava murcho, era pequeno e tinha as asas amassadas. O homem continuou a observá-la, porque ele esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o corpo que iria se afirmar a tempo. Nada aconteceu!

Na verdade, a borboleta passou o resto de sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar.

O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar não compreendia, era que o casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura era o modo pelo qual Deus fazia com que o fluido do corpo da borboleta fosse para as suas asas, de forma que ela estaria pronta para voar uma vez que estivesse livre do casulo. Algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos em nossa vida.

A moral dessa parábola é que e tudo tem um propósito na natureza, e se Deus nos permitisse passar através de nossas vidas sem quaisquer obstáculos, ele nos deixaria aleijados. Nós não iríamos ser tão fortes como poderíamos ter sido. Nós nunca poderíamos voar.

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