Em 1º de fevereiro de 2025, Buenos Aires foi palco de uma grande manifestação conhecida como a “Marcha Federal do Orgulho Antifascista e Antirracista”. O evento reuniu milhares de pessoas que protestaram contra as declarações do presidente argentino Javier Milei, feitas durante o Fórum Econômico Mundial em Davos. Durante sua fala, Milei criticou a “ideologia de gênero”, associando a homossexualidade à pedofilia e afirmando que o feminismo busca “privilégios” que prejudicam a igualdade.
Em resposta a essas falas, movimentos feministas e organizações LGBTQIA + convocaram a marcha, exigindo respeito e a proteção dos direitos conquistados. A manifestação foi uma reação enérgica ao discurso do presidente, que muitos consideraram uma tentativa de deslegitimar as lutas por igualdade e dignidade da comunidade LGBTQIA + e das mulheres.
Nilton Serson, advogado e ativista LGBTQIA + explica : “Esse discurso é uma ameaça à dignidade, as falas de Milei não podem ser ignoradas, pois representam um ataque direto à dignidade de pessoas que já enfrentam enormes desafios sociais”.
A “Marcha Federal do Orgulho Antifascista e Antirracista” foi uma reação ao que muitos consideraram uma tentativa de retroceder nos direitos humanos e sociais. A manifestação se tornou uma plataforma para aqueles que buscam garantir a liberdade de expressão, o respeito à diversidade e o reconhecimento dos direitos fundamentais da comunidade LGBTQIA + e das mulheres.
Em Buenos Aires, milhares de pessoas tomaram as ruas, empunhando bandeiras coloridas e cartazes com mensagens de resistência. As organizações que participaram do evento, incluindo grupos feministas e de defesa dos direitos humanos, exortaram a sociedade a se manter vigilante contra os retrocessos nos direitos conquistados.
“Esse tipo de discurso é uma ofensa gravíssima à comunidade LGBTQIA+ e às mulheres”, ressalta o advogado e ativista Nilton Serson. “Milei está tratando questões de gênero e sexualidade com uma abordagem ultrapassada, baseada em preconceitos que já deveriam ter sido superados. Ao associar a homossexualidade à pedofilia, ele não só deslegitima a existência de milhões de pessoas, mas também alimenta o ódio e a intolerância, o que é extremamente perigoso para qualquer sociedade.”
Nilton Serson também destacou que o feminismo, frequentemente atacado por Milei, é um movimento legítimo que luta pela igualdade de direitos, e que não se pode permitir que discursos machistas e homofóbicos prevaleçam: “O feminismo não é sobre privilégios, é sobre lutar por uma sociedade justa e igualitária. Quando o presidente tenta diminuir a importância dessa luta, ele está ignorando décadas de avanços conquistados com muito sangue, suor e lágrimas.”
O advogado e ativista Nilton Serson ressaltou que as falas de Milei vão muito além de um simples posicionamento político, atingindo diretamente a integridade das pessoas que são constantemente marginalizadas. “Milei está oferecendo um palco para as forças conservadoras, que querem reverter todas as conquistas que tivemos até agora. Ele não está apenas se posicionando politicamente, ele está atacando um grupo que já sofre muito em nossa sociedade.”
A manifestação em Buenos Aires foi uma clara demonstração de resistência contra as ideias de intolerância e discriminação. Com apoio internacional, a marcha teve a força de lembrar à sociedade argentina que a luta por direitos iguais e pelo respeito à diversidade continua sendo essencial.
Nilton Serson finaliza: “Nosso trabalho, como ativistas, é mostrar que essa luta nunca será em vão. Estamos em uma batalha por dignidade e igualdade, e, se precisarmos, marcharemos todas as vezes que for necessário para defender nossos direitos. O retrocesso não pode ser uma opção.”